
Em
1958, distante da opressão do Regime Nazista, a Alemanha; agora dividida em Oriental e Ocidental; desfrutava de novas experiências impostas pelos modelos políticos: parlamentar na sua porção ocidental e socialista em sua porção oriental. Em meio a esse novo cenário, o diretor húngaro
Géza von Radványi reuniu um elenco de estrelas para a refilmagem do clássico
Mädchen in Uniform tanto hostilizado pelo Regime Nazista. O filme apresentava a atriz
Romy Schneider como
Manuela von Meinhardis,
Lilli Palmer como
Fraeulein Elisabeth von Bernburg,
Therese Giehse interpretando a
diretora,
Blandine Ebinger como
Fräulein von Racket,
Sabine Sinjen como
Ilse von Westhagen,
Danik Patisson como
Alexandra von Treskow e
Ginette Pigeon no papel de
Edelgard von Kleist. A história segue o mesmo princípio da versão original, trazendo de volta a discussão sobre o tema homoerotismo; desta vez porém, com pequenas "grandes" mudanças. Na versão da diretora
Leontine Sagan o clímax do filme girou em torno da professora Elisabeth que nutre uma certa atração pela aluna Manuela; já na versão de Radványi há uma inversão de papéis, é Manuela quem se apaixona por Elisabeth.

Outras
mudanças também são observadas com relação à maior participação das amigas de Manuela no contexto da história tais como
Edelgard, que se revela como sendo
sua melhor amiga,
Ilse que continua sendo
a mais extrovertida do grupo, e a insuportável
Alexandra que se contrapõe a Manuela como
sua ardilosa rival. Assim como na primeira versão o elenco é composto somente por mulheres, porém a mudança no contexto pode ser atribuída a necessidade de abordar o tema de uma forma mais sutíl onde a aluna se apaixona pela professora, algo até passível de acontecer. Entretanto, talvez para causar o mesmo impacto no público a cena do beijo é mantida desta feita com a
total iniciativa de Manuela; além da
cena do beijo durante a apresentação da peça teatral.
Guardada as devidas proporções, que a própria distância do tempo entre as duas versões, cada qual reserva os papeis principais a atrizes de primeira grandeza em suas épocas. Curiosamente, ao contrário de Dorothea Wieck e Hertha Thiele, que trabalharm juntas em outra produção após Mädchen in Uniform,
Lilli Palmer e
Romy Schnieder também o fizeram no filme
Feuerwerk (uma comédia musical), porém antes da obra de Radvànyi.

Bastidores: Lilli Palmer, "A arte imita a vida" - A exposição em Postdam.Em uma publicação rememorando suas aventuras e desventuras no mundo do cinema
(Ciranda Cirandinha, a Contradança de uma Vida), Lilli Palmer confessou que quando criança passou por uma experiência semelhante a de Manuela,
apaixonou-se por uma de suas professoras e também tinha uma certa
"Alexandra" em sua vida. No mesmo ano de sua produção, Mädchen in Uniform de Radványi concorreu ao
Urso de Ouro no
8th Berlin International Film Festival. O filme alcançou tamanha popularidade, que a cidade de
Postdam (cidade do leste da Alemanha) contemplou os fãs com
uma exposição composta pelo figurino do filme e quadros retratando passagens do mesmo.
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